Prazer, Cassia

Eu faço piada sobre tudo, sem qualquer distinção de raça, credo, gênero, idade, nível hierárquico ou preferência política. Eu sou objetiva, mas juro que sem a intenção de ser grossa, é que às vezes escapa. Minha voz é firme, o que deixa minha objetividade mais grosseira ainda. Eu também costumo falar o que penso. O que deixa a objetividade da minha voz firme mais grosseira ainda. Já ouvi de algumas pessoas “que eu sempre tenho uma resposta pra tudo”, sem saber direito o que isso quer dizer.

Depois de morar fora, eu comecei a dar valor aos palavrões. Embora minha mãe tenha se esforçado para o contrário, na Alemanha eu aprendi que você até pode aprender a falar outro idioma, mas mandar “tomar no meio do olho do cu” na sua língua materna é extremamente satisfatório. Com isso, expressões como “foda-se”, “caralho” e “porra” são utilizadas como vírgula. Se a gente mal se conhece e eu disse qualquer uma delas pra você, é porque eu já te considero pacas.

Eu não tenho muita noção de ridículo, nem muito problema em passar vergonha. Na verdade, sofro mais de vergonha alheia do que auto-vergonha. Por isso eu tenho por aí fotos me esfregando em paredes, em mesas, sentada em estátuas, fazendo careta, etc. Vídeos sambando descontroladamente. Aliás, dançar para mim é uma arte. Um dos sonhos da minha vida era ser dançarina da Beyoncé. Não rolou, então to aí, mostrando toda minha malemolência em festas de ano novo!

Eu escrevo melhor do que falo. Poderia ter qualquer DR por whatsapp muito melhor do que pessoalmente. Lamento que os emails estejam fora de moda, porque ainda é minha comunicação preferida. Falando geralmente eu me sinto um saco de pipocas.

E essa falta de habilidade em conversas me fez despertar o incrível talento de mudar de assunto sem que eles façam sentido, ou falar de coisas mais polêmicas que mamilos, como se fossem conversas na fila do pão. Eu passo vergonha, mas não costumo passar vontade.

Eu sou teimosa que nem uma porta. Só acredito vendo. Mas não tenho muitos problemas em pedir desculpas.

E estava assim, tudo muito bem definido até que uma das minhas melhores amigas me chamou depois de ler um dos meus posts para dizer que pela primeira vez ela não tinha rido. Não que não estivesse engraçado, mas como ela sabia o que estava acontecendo comigo, ela sabia o quanto era dolorido fazer piada daquilo.

Eu não tinha percebido, mas ela estava certa. Daí é só a gente voltar pra primeira frase desse texto: Eu faço piada sobre tudo, sem qualquer distinção. E eu, geralmente sou o meu assunto preferido.

 

5 comentários

  1. Eu acho incrível que ache gente por esse mundo online com quem eu me identifique tanto. E me identifiquei MUITO com esse. Por todas as vergonhas que já passei na vida, por tudo que sempre ri da minha cara, por ter sempre me escrachado, por falar palavrão a cada 2 palavras, por falar sem noçõezisses com qualquer zé da esquina, por ser a “grossa do caralho”, por querer ser bailarina da Beyonce. Nem sei o que se passa na sua vida nesse momento, mas ó pra você ❤

    1. Publiquei esse post no meu facebook e um dos primeiros comentários foi: de boa intenção o inferno ta cheio, acontece que vc é grossa!
      Hahahahaha

      1. Olha.. nessas horas a vontade que dá é de ensinar o que é grosseria na prática, e soltar um “vaiii se foder pra lá” hahaha… mas ok, se é no facebook, é amigo, melhor deixar quieto.

    2. Gabi, eu nunca tinha entrado no seu blog! Acho que ta na hora da gente dar uma passo a diante nessa relação, vamos ser amigas de facebook???

      1. Hahaha.. claro! Não sei como te achar, então me acha lá: Gabriela Trentino Milan, cheia de gramu de óculos escuros, banho de sol, haha. Beijos!

Deixar mensagem para nos nervos Cancelar resposta